quarta-feira, 2 de setembro de 2009



IMPULSO ASSASSINO...

O Brasil ocupa lugar de destaque entre os países mais violentos do mundo, considerando também aqueles com histórico recente de guerras (como Eslovênia, Croácia, Israel). As estatísticas confirmam que, em cada 100 assassinatos cometidos em território brasileiro, somente duas pessoas são presas. Nos Estados Unidos a média chega a 90%. Grande parte dos assassinos age por impulso. A maioria dessas pessoas é considerada "normal" até que cometa algum crime, num ato impulsivo. "A pessoa tem razões subjetivas que, num dado momento, lhe pareçam justificadas. "Muitos tomam consciência da gravidade e da irreversibilidade do ato só depois de cometê-lo", observa o psiquiatra Elias Abdalla Filho, membro da diretoria do Departamento de Psiquiatria Forense da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Lesões cerebrais graves ocorridas na infância podem provocar comportamento agressivo; mas é a combinação de fatores neurológicos e psicossociais que costuma ser perigosa. O comportamento violento nunca pode ser atribuído a uma única causa- tendência inata, patologia, ambiente desfavorável ou experiência dolorosa. É preciso considerar a combinação de diversos fatores de risco que se reforçam e se influenciam mutuamente. Um dos maiores estudos longitudinais teve início em 1972 na Nova Zelândia (afirma a revista mente & cérebro-2006). Uma equipe de psicólogos de vários países acommpanha há 36 anos o destino de aproximadamente mil pessoas nascidas naquele ano na cidade de Dunedim. Os pesquisadores concentraram seus estudos principalmente em forma de comportamento anti-social acompanhadas de violência física. Logo, um pequeno grupo de violentos crônicos do sexo masculino apresentaram características como baixa tolerância à frustração, dificuldade em aprender regras sociais, problemas de concentração, capacidade reduzida de compreensão dos sentimentos de outras pessoas e inteligência defasada. Entretanto, o que mais se destaca é a falta de contenção psíquica, que os faz passar do sentimento ao ato quase imediatamente. Os impulsos agressivos são deflagrados pelas emoções.
Alterações fisiológicas no sistma límbico e no córtex pré-frontal podem estar associadas ao comportamento impulsivo: Neurobiologistas compararam a anatomia do cérebro de criminosos violentos e de homens comuns e descobriram essas alterações. As partes citadas estão ligadas ao surgimento, decodificação e controle das emoções. Efeitos inibidores sobre parte do sistema límbico, principalmente o hipotálamo e a amígdala, de onde vem os impulsos agressivos, são atribuídosa a área do córtex pré-frontal, segundo a qual as raízes psicobiológicas do comportamento anti-social podem ser compreendidas como um "defeito" na regulação do córtex do sistema límbico. Vários estudos apóiam essa interpretação.
A situação quando o cérebro é afetado na infância: O neurologista Antônio Damásio coordenou uma pesquisa onde observaram consequências dramáticas nesse tipo de caso: Cirurgiões retiraram um tumor do cérebro frontal direito de um bebê de 3 meses. Quando o menino tinha 9 anos começaram a surgir problemas: era muito difícil motivá-lo na escola, ele permanecia isolado e passava o seu tempo livre exclusivamente diante da televisão ou ouvindo música. Em algumas ocasiões ficava inexplicavelmente furioso, ameaçava e chegava a agredir fisicamente as pessoas. Interessante notar que ele cresceu em ambiente acolhedor com pais amorosos e irmãos cujo desenvolviento foi considerado normal.
"O mais importante hoje, é a observação- diz a psicanalista Suzeth de Carvalho,de sinais e sintomas que não são normais, e procurar ajuda especializada assim que notar algo diferente ou um dos sintomas citados acima.


Relacionar-se...quanta dificuldade!..

Sigmund Freud em o Mal estar da Civilização, já pontuava que compartilhar o espaço vital com outros seres humanos é um dos principais fatores que influem na constituição psíquica dos sujeitos. Nesse exercício, cada um é obrigado a a brir mão de parte de seu desejo em nome de um bem comum. Segundo o Psicnalista Charles Melman, porém, esse bem comum se tem perdido e a convivência está ameaçada pelo narcisismo exacerbado na atualidade, associado à necessidade de satisfação imediata dos desejos pessoais, que não levam em conta o outro. Estas situações são retratadas continuamente.
É preciso um pouco mais de "exercer a tolerância", explica a Psicanalista Suzeth de Carvalho. Essa tolerância segundo ela, tem uma faixa grande que pode ser esticada. É preciso pensar o outro, ser generoso mesmo com suas imperfeições; como também ser generoso consigo mesmo, ou seja, não é porque você fez algo que não deveria que não pode analisar e perdoar-se sabendo que não deve repetir, para não por em risco o relacionamento que com certeza tem muitos motivos para existir.
Coompreender o outro é acolher o outro. Compreender o outro é ouvir o outro!.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO OBSESSIVO
CONCEITO :
Até bem pouco tempo o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) era considerado um transtorno raro, pois usualmente eram identificadas apenas as suas formas mais graves, enquanto que os sintomas quando mais leves, eram considerados "manias", "fraquezas" ou "falta de vontade" que se o paciente o desejasse poderia livrar-se delas. Não era reconhecido nem o seu caráter involuntário, a aflição associada e nem a relação funcional existente entre obsessões e compulsões, características que tem sido salientadas nas classificações mais recentes. O TOC é caracterizado pela presença de obsessões ou compulsões recorrentes, suficientemente severas para ocupar boa parte do tempo do paciente, causando desconforto ou comprometimento geral importantes. O que são obsessões e o que são compulsões?
Obsessões são pensamentos ou idéias (p. ex. dúvidas), impulsos, imagens, cenas, que invadem a consciência contra a vontade da pessoa, de forma repetitiva, persistente e estereotipada, seguidas ou não de rituais destinados a neutralizá-las. São experimentadas como intrusivas ou invasivas, inapropriadas ou estranhas pelo paciente em algum momento ao longo do transtorno.Normalmente são acompanhadas de ansiedade ou desconforto acentuados. O indivíduo tenta resistir a elas, ignorá-las ou suprimí-las com ações ou com outros pensamentos, reconhecendo-as, no entanto, como produtos de sua mente e não como originadas de fora. Não se considera obsessões medos exagerados relacionados com problemas reais(DSMIV).
As obsessões mais comuns envolvem os seguintes temas:
- Agressão: preocupação em ferir os outros ou a si mesmo; insultar; impulsos de agredir; - Contaminação: sujeira, germes, contaminação, pó, doenças; - Conteúdo sexual: fazer sexo com pessoas ou em situações impróprias; pensamentos obscenos; - Armazenagem e poupança: colecionar, guardar objetos inúteis; - Religião: escrupulosidade, blasfêmias, pecado, certo/errado; - Simetria: exatidão ou alinhamento; - Somáticas: preocupação excessiva com doenças; - Diversas(s): sons, palavras, números.
Compulsões são comportamentos repetitivos (lavar as mãos, tomar banhos repetidas vezes, verificar janelas, portas, botões do fogão, torneiras, gás, alinhar coisas, repetir atos ou gestos), ou atos mentais (rezar, contar, repetir palavras ou frases) que a pessoa é levada a executar em resposta a uma obsessão ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente. Os comportamentos ou atos mentais são destinados a prevenir ou reduzir o desconforto associado à obsessão, prevenir algum evento ou situação temidos e em geral não possuem uma conexão realística ou direta com o que pretendem evitar, ou são claramente excessivos (DSMIV). As compulsões mais comuns envolvem: - Limpeza/lavagem:(mãos, corpo, banho, toalhas, limpeza da casa, não tocar); - Verificação ou controle: fechaduras, portas, janelas, gás, torneiras, chuveiros, etc. - Repetições: (sair/entrar; palavras, números, parágrafos, páginas, gestos, leitura, escrita)- Contagens: objetos, janelas, portas, carros, etc. - Ordem/arranjos/seqüências, simetria ou alinhamento - Acumular/colecionar: empilhar jornais velhos, colecionar objetos inúteis)- Compulsões diversas: outros rituais mentais, fazer listas, tocar, bater de leve ou tocar em objetos, olhar.
As compulsões muitas vezes são atos mentais e portanto encobertos, como repetir números, palavras, rezas, difíceis de serem percebidos. Mas são verdadeiras compulsões pois são realizados em resposta a obsessões ou destinam-se a prevenir eventos catastróficos, ou a aflição associada. Além das obsessões e compulsões o paciente portador de TOC apresenta inúmeras evitações como não tocar em objetos, móveis, roupas, dinheiro, bolsas. carteiras; não usar banheiros públicos, não sentar em bancos de praça, não tocar no corrimão de escadarias, trincos de porta, considerados sujos ou contaminados, que podem causar profundas interferências em suas rotinas de vida e de sua família. A apresentação clínica do TOC pode ser de várias formas. As mais comuns são: a) Obsessões relacionadas com sujeira e ou contaminação seguidas de compulsões de lavagens e evitação de objetos, situações ou pessoas considerados contaminados; b) Compulsões de verificação e contagem; c) Obsessões puras, sem compulsões; d) Lentificação obsessiva.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO DSM IV
O DSM IV estabelece os seguintes critérios para diagnóstico do TOC:
a) Presença de compulsões ou obsessões:
Obsessões definidas conforme 1,2,3 e 4.
1) Pensamentos, impulsos ou imagens persistentes e recorrentes que são experimentados em algum momento durante o transtorno como intrusivos e impróprios e que causam acentuada ansiedade ou desconforto; 2) Os pensamentos, impulsos ou imagens não simplesmente preocupações excessivas sobre problemas de vida reais; 3) A pessoa tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-los com outros pensamentos ou ações; 4) A pessoa reconhece, no entanto, que os pensamentos obsessivos impulsos ou imagens são produtos de sua mente e não como originados de fora.
Compulsões definidas por: 1 e 2
1) Comportamentos repetitivos (p.ex.lavar as mãos, organizar, verificar), ou atos mentais (rezar, contar, repetir palavras em silêncio) que a pessoa é levada a executar em resposta a uma obsessão ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente. 2) Os comportamentos ou atos mentais são destinados a prevenir ou reduzir o desconforto, prevenir algum evento ou situação temidos; entretanto não possuem uma conexão realística ou direta com o que pretendem neutralizar ou prevenir ou são claramente excessivos . b. Em algum momento durante o curso da doença a pessoa reconheceu que suas obsessões ou compulsões são excessivas e não razoáveis (isto não se aplica a crianças); c. As obsessões ou compulsões são excessivas, consomem muito tempo (mais de uma hora por dia), ou interferem significativamente nas rotinas normais da pessoa, no seu funcionamento ocupacional ( ou acadêmico) nas atividades sociais ou relacionamentos habituais; d. Se no eixo 1 houver um outro transtorno as obsessões ou compulsões não devem ser restritas a ele (Por exemplo preocupação com comida em Transtornos Alimentares; arrancar cabelos na Tricotilomania; preocupação com aparência no Transtorno do Corpo Dismórfico; preocupação com uma droga no Transtorno de Uso de Substâncias, ou em ter uma doença como na Hipocondria; com impulsos ou fantasias sexuais na presença de Parafilias ou ruminações de culpa na presença de Depressão Maior); e. O transtorno não pode ser devido ao efeito direto de uma substância (por exemplo uma droga de abuso, uma medicação) ou uma condição médica geral. Especificar: Com insight pobre ou não.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO DSM IV
O DSM IV estabelece os seguintes critérios para diagnóstico do TOC:
a) Presença de compulsões ou obsessões:
Obsessões definidas conforme 1,2,3 e 4.
1) Pensamentos, impulsos ou imagens persistentes e recorrentes que são experimentados em algum momento durante o transtorno como intrusivos e impróprios e que causam acentuada ansiedade ou desconforto; 2) Os pensamentos, impulsos ou imagens não simplesmente preocupações excessivas sobre problemas de vida reais; 3) A pessoa tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-los com outros pensamentos ou ações; 4) A pessoa reconhece, no entanto, que os pensamentos obsessivos impulsos ou imagens são produtos de sua mente e não como originados de fora.
Compulsões definidas por: 1 e 2
1) Comportamentos repetitivos (p.ex.lavar as mãos, organizar, verificar), ou atos mentais (rezar, contar, repetir palavras em silêncio) que a pessoa é levada a executar em resposta a uma obsessão ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente. 2) Os comportamentos ou atos mentais são destinados a prevenir ou reduzir o desconforto, prevenir algum evento ou situação temidos; entretanto não possuem uma conexão realística ou direta com o que pretendem neutralizar ou prevenir ou são claramente excessivos . b. Em algum momento durante o curso da doença a pessoa reconheceu que suas obsessões ou compulsões são excessivas e não razoáveis (isto não se aplica a crianças); c. As obsessões ou compulsões são excessivas, consomem muito tempo (mais de uma hora por dia), ou interferem significativamente nas rotinas normais da pessoa, no seu funcionamento ocupacional ( ou acadêmico) nas atividades sociais ou relacionamentos habituais; d. Se no eixo 1 houver um outro transtorno as obsessões ou compulsões não devem ser restritas a ele (Por exemplo preocupação com comida em Transtornos Alimentares; arrancar cabelos na Tricotilomania; preocupação com aparência no Transtorno do Corpo Dismórfico; preocupação com uma droga no Transtorno de Uso de Substâncias, ou em ter uma doença como na Hipocondria; com impulsos ou fantasias sexuais na presença de Parafilias ou ruminações de culpa na presença de Depressão Maior); e. O transtorno não pode ser devido ao efeito direto de uma substância (por exemplo uma droga de abuso, uma medicação) ou uma condição médica geral. Especificar: Com insight pobre ou não.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA CID-10(F42):
A CID-10 estabelece os seguintes critérios para diagnóstico de TOC:
A. Compulsões ou obsessões estão presentes na maioria dos dias, por um período de pelo menos duas semanas. B.1) São reconhecidas como originando-se da mente do paciente e não impostas por pessoas ou influências externas; 2) São repetitivas e desagradáveis devendo estar presente pelo menos uma obsessão ou compulsão reconhecida como excessiva e irracional; 3) O paciente tenta resistir a elas, mesmo que minimamente, existindo pelo menos uma obsessão ou compulsão à qual resiste sem sucesso; 4) A vivência das obsessões ou a realização dos atos compulsivos não são prazerosos (distinguir do alívio de ansiedade).C. Causam angústia ou interferem no funcionamento social ou individual usualmente pela perda de tempo. D. Não são o resultado de outros transtornos mentais OBS. Todos os critérios devem estar presentes.
A CID-10 distingue diferentes formas de TOC (F42)* predominantemente pensamentos obsessivos ou ruminações (F42.0); * predominantemente atos compulsivos ou rituais (F42.1); * pensamentos e atos obsessivos mistos (F42.2); * Outros transtornos obsessivos (F42.8); * Transtorno obsessivo-compulsivo não especificado (F42.9)
DIFERENÇAS ENTRE O DSM IV E A CID X
DSM IV - Inclui o TOC entre os transtornos de ansiedade; - Exige um tempo mínimo gasto em rituais ou obsessões (1 hora/dia); - Reconhece atos mentais como compulsões (do DSMIII - R para o DSM IV).
CID X - Inclui o TOC numa categoria distinta; - Não exige um tempo mínimo gasto por dia em rituais ou obsessões; - Sintomas presentes na maior parte dos dias, por duas semanas; - A execução da compulsão não deve ser prazerosa; - Deve haver pelo menos um sintoma ao qual o paciente não consegue resistir.
Quando suspeitar ser um portador de TOC Caso você responda positivamente a alguma das questões seguintes é provável que seja portador do TOC: * Sua mente é invadida por pensamentos, impulsos, palavras, frases, música, ou imagens que não deseja, que o incomodam e não consegue afastar ? * Preocupa-se demais com germes, contaminação, sujeira, ou doenças?* Preocupa-se demasiadamente em ter certeza ou fazer as coisas de forma absolutamente perfeita, tendo por isso sempre muitas dúvidas, e a necessidade de repetí-las? * Necessita lavar as mãos repetidamente ou de forma excessiva ? * Tem necessidade de tomar vários banhos ao dia por se sentir sujo, contaminado ou por sentir culpa por algo que considera ter feito de errado ou imoral? * Verifica portas, fogão, janelas, gás, torneiras, eletro-domésticos ou outras coisas de forma excessiva?*Necessita fazer coisas de forma repetida e sem sentido (tocar, contar, repetir números, palavras ou frases?*Preocupa-se demais em que as coisas estejam simétricas, perfeitas, organizadas ou alinhadas?Caso você responda positivamente a uma ou mais destas perguntas é possível que você seja portador de TOC. Comente isso com seu médico.
COMENTÁRIOS Usualmente não é difícil identificar uma obsessão, pelo seu caráter intrusivo, repetitivo, involuntário, pelos temas comuns e pela aflição associada. Da mesma forma os rituais ou compulsões são fáceis de serem identificados pelo seu caráter estranho e repetitivo. Mas boa parte da população desconhece que são manifestações de um transtorno e na verdade envergonham-se do que consideram uma fraqueza, além do sofrimento que o transtorno lhes impõe. Os profissionais da área da saúde têm um importante papel de esclarecimento ainda mais que a maioria dos pacientes respondem favoravelmente aos tratamentos disponíveis e de forma bastante rápida. Sem tal auxílio muitos pacientes podem se tornar indivíduos incapacitados ou terem seu desempenho comprometido, acarretando além disso um enorme prejuízo às famílias que necessitam fazer acomodações aos seus sintomas.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Obsessões e compulsões podem ser sintomas de diferentes transtornos mentais, como por exemplo transtornos do comportamento alimentar (obsessões envolvendo comida), na dismorfofobia (preocupação com partes do corpo, com a aparência), de doenças físicas (Coréia de Sydenham, febre reumática) e até mesmo efeitos de alguns medicamentos. Por este motivo deve haver por parte do clínico uma preocupação em descartar estas outras condições. O DSM IV exige que tanto as obsessões como as compulsões não sejam restritas ao outro transtorno quando ele estiver presente. Pode entretanto haver comorbidade: presença simultânea de dois transtornos distintos (depressão maior e TOC, etc.), que exigirá certos cuidados no estabelecimento do tratamento, de forma a atingir as duas condições e não agravá-las. Deve ser lembrado ainda que o comportamento evitativo é muito comum no TOC, e em razão deste motivo eventualmente pode ser confundido com uma das diversas fobias (nas quais a preocupação com o estímulo fóbico pode assumir as proporções de uma verdadeira obsessão). Como regra a presença de compulsões torna o diagnóstico de TOC mais provável, a sua ausência menos provável.
CONDIÇÕES EM RELAÇÃO ÀS QUAIS DEVE SER FEITO O DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
a) FOBIAS * Não ocorrem obsessões e compulsões: não há pensamentos invasivos persistentes. Entretanto pode haver hipervigilância e uma preocupação exagerada com a exposição em situações nas quais há um aumento das chances de contato; * Nas fobias a ansiedade está ligada a uma situação externa, controlada pela evitação e surge sempre e apenas quando o indivíduo é exposto à ela, ou antecipa que irá entrar em contato); * A evitação do obsessivo é conseqüência de uma obsessão (por exemplo, não toca em objetos que considera contaminados). Em geral há uma crença associada: avaliação exagerada do risco ou da responsabilidade, necessidade de ter certeza, o que não se verifica nos fóbicos. Neles o contato gera de forma aparentemente automática o medo e a sensação de pânico.
b) PERSONALIDADE OBSESSIVO-COMPULSIVA: * Os comportamento no TPOC se constituem em hábitos rígidos, eventualmente estereotipados. Entretanto não são acompanhados de sofrimento e nem executados em função de alguma obsessão que queiram neutralizar. Sua modificação ou quebra (p.ex. chegar atrasado a um compromisso) é que provoca ansiedade. Em certo grau podem até ser adaptativos. * As compulsões são ego-distônicas no TOC : realizadas em função da aflição que querem neutralizar, e na maioria das vezes o indivíduo não consegue resistir a elas; * Características do TPOC: ordem, asseio, rigidez, perfeccionismo, meticulosidade, mesquinhez; * Não existem rituais que aliviam tais características. Ao contrário: o indivíduo deseja mantê-las. * Alguns pacientes portadores do TOC partilham de algumas distorções cognitivas que também podem ocorrer nos portadores de TPOC: perfeccionismo, necessidade de ter controle e certeza, senso exagerado de responsabilidade entre outras; * Em geral não são incapacitantes como no TOC.
c) DEPRESSÃO MAIOR: * Os indivíduos com TOC, freqüentemente tem depressão como comorbidade; * Na depressão existem ruminações obsessivas em 30% dos casos, mas acompanhadas de humor triste, anedonia, etc.; * Não ocorrem rituais; * O surgimento de depressão no curso do TOC é comum.
d) PÂNICO: * 60% dos pacientes com TOC apresentam ataques de ansiedade que podem assumir as características de um ataque de pânico; * Tais ataques são secundários aos medos obsessivos (por exemplo depois de tocar objetos considerados contaminados); * Na doença do pânico os ataques são espontâneos e os rituais são raros; * Em ambas as condições podem ocorrer comportamentos evitativos: nas fobias tais comportamentos estão relacionados aos medos de ter os ataques, e são relacionados com situações nas quais a pessoa imagina que possa ter os ataques. No TOC o comportamento evitativo usualmente está relacionado com as obsessões: seu controle e neutralização.
e) ANSIEDADE GENERALIZADA: * Cognições de conteúdo ansioso tem alguma base realística para o paciente, na ansiedade generalizada, e geralmente muito exageradas e sem sentido no TOC. No TAG o sintoma mais comum é a apreensão inespecífica, enquanto que no TOC o paciente geralmente tem um tema preferencial: sujeira, contaminação, etc. * Raramente desenvolvem rituais.
f) HIPOCONDRIA: * Muitos pacientes tem como sintoma principal medo de doença (AIDS, câncer) e rituais de verificação que são indistinguíveis do TOC;* Medo de doença consta como uma obsessão na Y-BOCS check list; * Para alguns autores os hipocondríacos são verdadeiros portadores de TOC (ou pelo menos do espectro obsessivo-compulsivo).
g) Transtorno de Gilles de la TOURETTE: *Os pacientes com Tourette apresentam tiques, necessidade de tocar, e muitas vezes, pensamentos intensos e fixos em sexo, agressões, fezes e coprolalia; * Compulsões de simetria, de tocar em objetos são comuns; * Muitas vezes é difícil distinguir as duas condições, principalmente quando são múltiplos tiques, acompanhados de compulsões. * Para muitos autores a SGT faz parte do espectro do TOC.
h) DISTÚRBIO DE HÁBITOS E IMPULSOS: * Jogo compulsivo; * Comprar compulsivo; * Tricotilomania; * Cleptomania; Embora alguns autores não façam distinção entre TOC e estas condições, tanto o DSM IV quanto A CID X as consideram condições distintas.
i) TRANSTORNOS DA PREFERÊNCIA SEXUAL (Parafilias) Embora em alguns aspectos se pareçam com um comportamento compulsivo, por serem repetitivas, e pelo tempo ocupado pela mente com determinadas fantasias, são usualmente associadas ao prazer, o que as exclui do conceito de TOC, pelas duas classificações. Da mesma forma o assim chamado sexo compulsivo, e dependência a substâncias químicas ou álcool.
j) TRANSTORNOS DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR Tem em comum o paciente (usualmente a paciente) dedicar boa parte do seu tempo ou centrar suas preocupações em torno da comida. Os demais sintomas fazem a diferença
k) STRESS PÓS-TRAUMÁTICO: Tem em comum com o TOC lembranças, imagens, pensamentos repetitivos ligados a uma situação traumática. Entretanto apresentam uma série de outros sintomas que não ocorrem no TOC: pesadelos, sonhos repteitivos, fobia a uma situação, lugar, ou pessoa, hipervigilância, hipersensibilidade a estímulos etc. desencadeados a partir da exposição a um estressor no qual a vida do paciente correu perigo ou assistiu a uma situação na qual a vida de outra pessoa correu perigo.
l) PSICOSES: * A perda do juízo de realidade em alguns pacientes com TOC pode fazer pensar em psicose. Discute-se se obsessões muito intensas e sem críticas não se constituem em verdadeiras idéias delirantes. Esquizofrenia: no início pode ocorrer sintomas obsessivos. O pensamento do esquizofrênico é bizarro. Os obsessivo-compulsivos mantém consciência (crítica) e o contato com a realidade. Em geral não são isolados socialmente. Podem ocorrer episódios transitórios de psicose no curso do TOC.
m) DOENÇAS DO ESPECTRO OBSESSIVO-COMPULSIVO: Discute-se a relação de uma série de condições com o TOC: * dismorfofobia * hipocondria * distúrbio delirante monossintomático * tricotilomania * onicofagia * transtorno do comportamento do alimentar. Muitos destes quadros respondem aos ISRS e à TCC, o que faz pensar que poderiam ter uma mesma etiopatogenia. Se são quadros distintos ou não , são questões ainda em aberto.
COMORBIDADES
Pacientes com TOC possuem alto risco de ter comorbidades como depressão maior e outros transtornos ansiosos: Depressão Maior (31%), fobia social (11%), transtorno alimentar (8%), abuso/dependência de álcool (8%), fobia específica (7%), transtorno do pânico (6%)e Síndrome de Tourette (5%)(Rasmussen e Eisen,1992). Em outro estudo foi verificado que sintomas obsessivo-compulsivos são muito comuns em diversos transtornos: depressão(11%), esquizofrenia (10%) , estresse pós-traumático, dismorfofobia, transtornos da alimentação, hipocondria, etc. Podem ainda fazer parte do quadro de autismo em adultos(McDougle,1995). Isto significa que eles tanto podem estar presentes em transtornos do espectro obsessivo-compulsivo, como podem fazer parte de quadros distintos

ESQUIZOFRENIA


O que é esquizofrenia?

A esquizofrenia é uma desordem cerebral crônica, grave e incapacitante, que afeta em torno de 1% da população. Pessoas com esquizofrenia podem escutar vozes e acreditar que outros estão lendo e controlando seus pensamentos ou conspirando para prejudicá-las. Essas experiências são aterrorizantes e podem causar medo, recolhimento ou agitação extrema.

Pessoas com esquizofrenia podem ter falas que não fazem sentido, ficarem sentadas por horas sem se mover ou falando muito pouco, ou podem parecer perfeitamente bem até falarem o que realmente estão pensando. Uma vez que muitas pessoas com esquizofrenia podem ter dificuldade de manter um emprego ou cuidar de sim mesmas, a carga em sua família pode ser significativa.

Sintomas da esquizofreniaOs sintomas da esquizofrenia se encaixam em três categorias gerais:
* Sintomas positivos, que são pensamentos e percepções diferentes como alucinações, delírios e desordens no pensamento e movimento.* Sintomas negativos, que representam a perda ou diminuição na capacidade de iniciar planos, falar, expressar emoções ou encontrar prazer na vida cotidiana. Esses sintomas são difíceis de reconhecer como parte da esquizofrenia e podem ser confundidos por preguiça ou depressão.
* Sintomas cognitivos, que são problemas com: atenção, certos tipos de memória e funções de execução que nos permite planejar e organizar. Déficits cognitivos também podem ser difíceis de reconhecer como parte da esquizofrenia, porém são os mais incapacitantes para levar um vida normal.

Quando a esquizofrenia começa?
Sintomas psicóticos, como alucinações e delírios, geralmente aparecem nos homens durante a adolescência tardia e vinte e poucos anos, e nas mulheres entre 25 e trinta e poucos anos. Esquizofrenia raramente aparece depois dos 45 anos de idade ou antes da puberdade, embora já tenham sido registrados casos em crianças de 5 anos. Em adolescentes os primeiros sinais da esquizofrenia incluem mudança de amigos, queda no desempenho escolar, problemas para dormir e irritabilidade. Uma vez que muitos adolescente normais também podem ter esse comportamento, o diagnóstico pode ser difícil de fazer nesse estágio. Pesquisas têm mostrado que a esquizofrenia afeta igualmente homens e mulheres e ocorre em taxas similares em todos os grupos étnicos pelo mundo.

Causas da esquizofreniaAssim como muitas outras doenças mentais, acredita-se esquizofrenia seja uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Todas as ferramentas da ciência moderna estão sendo usadas para descobrir as causas da esquizofrenia.



Tratamento:
Uma vez que a causa da esquizofrenia ainda é desconhecida, os tratamentos atuais focalizam na eliminação dos sintomas da doença. Os tratamentos incluem medicamentos antipsicóticos e tratamento psicossocial. Os tratamentos disponíveis podem aliviar muitos dos sintomas, porém a maioria da pessoas com esquizofrenia deve ter que enfrentar alguns sintomas residuais pela vida toda. Apesar disso, hoje em dia muitas pessoas com esquizofrenia conseguem levar vidas construtivas em suas comunidades. Pesquisas estão desenvolvendo medicamentos mais eficientes e procurando entender as causas da esquizofrenia para achar formas de prevenção e tratamento.

domingo, 3 de maio de 2009

"HISTÓRICO SOBRE HIPNOSE E REGRESSÃO"

HISTÓRICO
Nos achados da Antiguidade encontram-se textos com mais de 4.500 anosque nos relatam como os sacerdotes da Mesopotâmia usavam o Transe - umestado diferenciado da consciência usual - para realizar diagnósticosque procuravam a curas Podemos considerar esses registos como sendo osmais antigos documentos a citarem o transe na sua função terapêutica,um hábito comum às diversas culturas naturalistas.No século XIX, ao pesquisar esse procedimento, o Dr. James Braiddenominaria esta ciência com o nome de HIPNOSE. O nome escolhido advêmde Hypnos - deus grego do sono - e foi escolhido pelo Dr. Braid devidoà semelhança do estado de transe com o estado de sonolência. Vemosassim, que desde o seu surgimento, a Hipnose sempre esteve vinculada àbusca da cura e é neste sentido que a ciência médica actual pesquisanão só a extensão que se pode obter com o seu emprego, como também asrespostas de como e porquê o cérebro processa o estado hipnótico.Freud teve o seu primeiro contacto com a hipnose quando era estudante,quando assistiu a uma apresentação de Hansen "o magnetizador", atravésda qual se assegurou da credibilidade dos eventos hipnóticos. Porvolta dos vinte anos soube que um prestigiado médico em Viena, odoutor Joseph Breuer (seu futuro colaborador), também utilizava, emalguns casos, a hipnose com fins terapêuticos. Naquela época, a maiorparte da comunidade médica e da população não via a hipnose como umatécnica médica séria e acreditava que ela podia trazer males aos quese submetessem a esse método.Um dos maiores cientistas que trabalhou com a hipnose foi o francêsJean-Martin Charcot (1825-1893), que orientou Freud entre Outubro de1885 e Fevereiro de 1886 em Paris (hospital Salpêtrière) e queassociava a hipnose a um fenómeno fisiológico. Outro grande nome foi ode Bernheim, que reduzia a hipnose a um fenómeno gerado pela sugestão.Em carta a Fliess de 28 de Dezembro de 1887 Freud comenta ter passadoa fazer uso do tratamento hipnótico em sua clínica com êxitosuperiores aos demais métodos que aplicava (hidroterapia,electroterapia, massagens, repouso e alimentação abundante - método deMitchell). Freud salienta no seu Estudo Autobiográfico que "desde oprincípio, usei a hipnose de uma outra maneira, diferente da sugestãohipnótica", referindo-se ao método catártico utilizado por Breuer. Éinteressante lembrar que em 1893 Freud publicou um artigo intituladoUm caso de cura pelo Hipnotismo, no qual narra a cura de uma pacientehistérica em apenas três secções, pelo método da sugestão, método queconsistia em retirar os sintomas dando "sugestões" que eliminavam ossintomas, como por exemplo, quando um paciente não conseguia mover obraço (que não tinha nenhum dano orgânico); nestes casos, durante ahipnose era-lhe dito que apósdespertar do sono hipnótico (ou no dia seguinte) o seu braço voltariaa funcionar normalmente.Freud descreveu o procedimento hipnótico desta forma "Colocamos opaciente numa cadeira confortável, pedimos que se mantenhacuidadosamente atento e que não fale mais, pois falar lhe impediria oadormecer. Remove-se-lhe qualquer roupa apertada e pede-se a quaisqueroutras pessoas presentes que semantenham numa parte da sala onde não possam ser vistas pelo paciente.Escurece-se a sala, mantém-se o silêncio. Após esses preparativos,sentamo-nos em frente ao paciente e pedimos-lhe que fixe os olhos emdois dedos da mão direita do médico e, ao mesmo tempo, observeatentamente as sensações que passará a sentir. Depois de curto espaçode tempo, um minuto, talvez, começamos a persuadir o paciente a sentiras sensações do adormecer. Por exemplo: "Estou reparando que as coisasestão indo rápido no seu caso: seu rosto assumiu um aspecto fixo, suarespiração ficou mais profunda, você ficou muito tranquilo, suaspálpebras estão pesadas, seus olhos estão piscando, você não pode maisver com muita clareza, logo terá de engolir, depois vai fechar osolhos - e você está dormindo". Com essas palavras e outrassemelhantes, já estamos propriamente no processo de "sugerir", que écomo podemos chamar a esses comentários persuasivos durante ahipnose".hipnótica com Bernheim, que não consegue hipnotizar uma paciente deFreud e confessa que na sua clínica não conseguia muitos êxitos, osquais costumava ter apenas no tratamento hospitalar.Conforme conferência proferida em 1904 (VOL7, PAG 270) Freud afirmater abandonado a prática da hipnose (excepções feitas a algumasexperiências) em 1896, os motivos foram, conforme esclarecido em CincoLições (1910 - Vol. XI, pág. 24): "Mas logo a hipnose me passou adesagradar... Quando verifiquei que apesar de todos os meus esforços,não conseguia produzir o estado hipnótico senão numa parte dos meuspacientes, decidi abandonar a hipnose...".Já nos Estudos sobre a Histeria (Breuer e Freud) existem casostratados por métodos distintos, como a hipnose (que aos poucos foiabandonada, principalmente por não ser aplicada em todos ospacientes), o método da pressão (que era, segundo o próprio Freud, ummero "artifício técnico") e a simples conversa (que se viria a tornarno método de associação livre).Sobre o método da pressão podemos citar os Estudos sobre a Histeria:"Nessas circunstâncias, valho-me em primeiro lugar de um pequeno artificio"Nessas circunstâncias, valho-me em primeiro lugar de um pequenoartificio técnico. Informo o paciente que, um momento depois, fareipressão sobre sua testa, e asseguro-o que, enquanto a pressão durar,ele verá diante de si uma recordação sob a forma de um quadro, outê-la-á nos seus pensamentos sob a forma de uma ideia que lhe ocorra;peço-lhe encarecidamente que me comunique esse quadro ou ideia,quaisquer que seja. Não deve guardá-los para si se acaso achar que nãoé o que se quer, ou não são a coisa cena, nem por ser-lhe desagradáveldemais contá-lo.... Depois de dizer isso, pressiono por algunssegundos a testa do paciente deitado diante de mim; em seguida, relaxoa pressão e pergunto calmamente, como se não houvesse nenhuma hipótesede decepção: "o que é que viu?", ou "o que é que aconteceu?" Essemétodo ensinou-me muito e nunca deixou de alcançar sua finalidade.Hoje, não posso passar sem ele. Naturalmente, estou ciente de que apressão na testa poderia ser substituída por qualquer outro sinal, oupor algum outro exercício de influência física sobre o paciente, mas,já que o paciente está deitado diante de mim, pressionar a sua testaou tomar-lhe a cabeça entre as minhas mãos parece ser o modo maisconveniente de empregar a sugestão para a finalidade que tenho emvista. Ser-me-ia possível dizer,para explicar a eficácia desse artifício, que ele corresponde a uma"hipnose momentaneamente intensificada", mas o mecanismo da hipnose meé tão enigmático que eu preferiria não utilizá-lo como explicação. Soudaopinião que a vantagem do processo reside no facto de que, por meiodele, desvio a atenção do paciente da sua busca e reflexão conscientes- de tudo, em suma, em que ele possa empregar a sua vontade - do mesmomodo que isso é feito quando se olha fixamente para uma bola decristal, e assim por diante"
Nos achados da Antiguidade encontram-se textos com mais de 4.500 anosque nos relatam como os sacerdotes da Mesopotâmia usavam o Transe - umestado diferenciado da consciência usual - para realizar diagnósticosque procuravam a curas Podemos considerar esses registos como sendo osmais antigos documentos a citarem o transe na sua função terapêutica,um hábito comum às diversas culturas naturalistas.No século XIX, ao pesquisar esse procedimento, o Dr. James Braiddenominaria esta ciência com o nome de HIPNOSE. O nome escolhido advêmde Hypnos - deus grego do sono - e foi escolhido pelo Dr. Braid devidoà semelhança do estado de transe com o estado de sonolência. Vemosassim, que desde o seu surgimento, a Hipnose sempre esteve vinculada àbusca da cura e é neste sentido que a ciência médica actual pesquisanão só a extensão que se pode obter com o seu emprego, como também asrespostas de como e porquê o cérebro processa o estado hipnótico.

"PERGUNTAS FREQUENTES"

Regressão de Memória

A regressão de memória ou retrocognição é um processo espontâneo ou induzido que permite relembrar, compreender e integrar experiênciasmarcantes vividas pelo cliente.Através das diferentes técnicas de regressão pode-se acessar fatosocorridos durante a vida adulta, a adolescência, a infância, onascimento, a vida intra-uterina, e até mesmo experiências ocorridasem outras vivências que ainda afetam o dia-a-dia.A nossa vida é composta por momentos e fases onde cada etapa tem umaimportância significativa. Tais fases são marcadas por descobertas,desafios, emoções, sentimentos e aprendizados entre inúmeras outrasexperiências que a vida pode nos proporcionar.

A regressão de memória estará atuando nas fases de sua vida,colaborando positivamente para uma integração plena de qualquersituação ainda mal resolvida, consciente ou inconsciente, que aindapossa estar afetando insatisfatoriamente a sua vida.Cronograma ExistencialMomento Atual: É o momento presente onde se encontra a sua queixa inicial. O momento onde culmina todos os efeitos e todo aprendizado detodas as experiências vividas sejam elas conscientes ou não.

Adolescência:

É um difícil momento de transião para maioria daspessoas. Nesta fase buscamos identidade como ser no mundo. Surgemconflitos de relacionamento, sexuais, profissionais, entre outros.Algumas pessoas carregam esses conflitos no decorrer dos anos fazendocom que a vida torne-se confusa e sem sucesso.

Infância:

É o período onde se estrutura a personalidade do indivíduo.Para Freud é o período mais importante da vida psíquica, onde ocorre odesenvolvimento da sexualidade. Para Jung, é nesta fase que apersonalidade se estrutura com todas bagagens arquetípicas da evoluçãoda humanidade e de vida anteriores. Muitas crianças nesta fase são marcadas por traumas decorrentes de brigas entre os pais, ou por seremsubmetidas a castigos severos ou até acidentes em geral. Através daregressão de memória você poderá reviver a situação traumática commais maturidade, compreensão e total acompanhamento terapêutico.

Nascimento:

O nascimento é uma fase muito importante para o Serhumano. É o momento em que ocorre a primeira inspiração, e uma drástica mudança de ambiente (dentro da barriga da mãe para o ambiente externo). Muitos de nós carregamos alguns traumas ocorridos na hora donascimento como complicações no parto, adaptação ao ambiente externo como a luz, ar, a temperatura etc. Este momento também pode ter sido experenciado com muita alegria e vibração.Vida Intra-Uterina: É o período desde a fecundação até o nascimento. É o momento que começa com a união do espermatozóide com o óvulo, o período onde a Ser se corporifica na matéria. Todas as experiências são geradas no pequeno cérebro que funciona como uma fita de gravador,onde serão registradas todas as sensações e sentimentos da mãe e do pai. É importante para este Ser que os sentimentos em relação a ele(a)sejam os mais harmoniosos possíveis.

Vivências Passadas:

Neste estágio de regressão, podemos vivenciar momentos que parecem ter acontecidos em situações que antecedem aconcepção. Para entendermos o processo de regressão à vivências passadas, também conhecido como regressão à "vidas passadas", é necessário deixar de lado a idéia do tempo cronológico que serve apenas para orientação. O tempo é uma realidade que transcede nossas limitações espaciais. A divisão presente, passado e futuro é mera mentedidática, destinada a reduzir a termos compreensíveis uma realidadeque, sob muitos aspectos, ainda nos escapa, mas parece contínua e simultânea. Portanto, não há tempo nem espaço, tudo acontece ao mesmo tempo. O presente é apenas uma linha móvel que arbitrariamente imaginamos para separar em duas - passado e futuro - um realidade indivisível e global, assim como a memória. A regressão à vivências passadas propicia à você, não apenas uma visão global do seu Ser, como também a conscientização de sua existência atual revelando experiências positivas que serão reforçadas, e negativas que serão trabalhadas para que não mais se repitam. Nesta fase da regressão, não importa realmente à sua crença em reencarnação ou não. Também não é importante saber se as vivências que foram experienciadas durante a regressão de fato ocorreram ou não. O que importa é que através da regressão, o cliente entra em contato com padrões que ainda estavam inconsciente e tem a oportunidade de escolher novas possibilidades para sua vida no presente. Todas as experiências vivenciadas durante aregressão são interpretações que o cliente fez ou faz da realidade à sua volta.

Objetivos da Regressão de Memória

• Esclarecer e integrar medos, repressões, culpas e eventos malresolvidos no passado, a fim de serem feitas escolhas mais adequadas no aqui e agora;

• Detectar e integrar traumas passados que fazem com que você sinta-se reprimido e limitado na sua vida atual;• Conscientização através do auto-conhecimento;

• Torna-se um indivíduo mais equilibrado melhorando a qualidade de vida total;• Melhorar o relacionamento consigo próprio e consequentemente com o meio social;

• Buscar verdadeiramente o Ser essencial, tornando-se um indivíduo esclarecido e seguro nas suas ações.Como funciona a Regressão de Memória.A regressão não está ligada a nenhum tipo de religião, crença ou credo. Para que a regressão funcione basta que haja aceitação do procedimento.Todos nós somos capazes de usar a nossa imaginação. Todos nós temos uma capacidade de visualizar imagens e, sobretudo, todos nós temos intuição. As respostas dos nossos problemas estão dentro de nós mesmos. Só é preciso se permitir acessá-las.O mais importante para que a regressão funcione é estar aberto para as respostas que surgem em nossa mente deixando a parte racional, os julgamentos e o ceticismo de lado.Podemos dizer que a regressão de memória é considerada uma terapia mais rápida do que as convencionais. Não existe nada de sobrenatural nem de milagroso atuando na dissolução dos seus problemas. Há apenas o desbloqueio e a integração emocional, que aliado à sua vontade de mudar de vida, atuam para abrirem certas áreas de sua vida que estavam bloqueadas ou desequilibradas.O que pode-se trabalhar

• Disfunções do organismo;

• Alergias;•

Claustrofobia;

• Insônia;

• Medos;

• Problemas Sexuais;

• Enxaquecas;

• Relacionamentos;

• Hiperatividade;

• Alcoolismo e problemas com drogas;etc...

• A regressão de memória é um dos métodos utilizados na Terapia Integral.

ESQUIZOFRENIA

"Esquizofrenia"
Esquizofrenia é uma doença em que a pessoa sofre de uma alteração oudesvio de personalidade ou seja a sua personalidade está alterada.Isto é um problema psicológico que apenas a medicação tem ajudado. Noentanto há que compreender o problema para assim se poder ver quais asmelhores soluções.Caracterizada por uma dissociação das funções psíquicas e pela perdade contacto com o mundo exterior ela afecta não só a pessoa mas tambémtoda a sua família e todas as pessoas à sua volta. Um dos seusprimeiros sintomas é a diminuição da afectividade, quando não a suatotal supressão ou ausência, existindo um desligamento do mundo porparte do doente, que se volta sobre si mesmo (autismo). As funçõesintelectuais são igualmente perturbadas o que acarreta rapidamente aalienação de tudo o que se passa à sua volta.Muitas destas pessoas passaram por períodos de depressão, stress ouconflitos antes de entrarem nesta situação o que leva a concluir queestes problemas desencadearam ou agravaram a esquizofrenia.A tensão e o stress nos quais a pessoa esteve envolvida foram assimdesencadeantes da situação o que leva a crer que todas as técnicas quealiviem a pessoa das tensões e stress nas quais ela esteve envolvidasão bem vindas.Mais, uma vez que a pessoa vive sob stress, medos, pânicos ealterações comportamentais contínuos, tudo aquilo que lhe tragatranquilidade ou que a relaxe será igualmente bem vindo. Só quando apessoa está mais tranquila e estável é que se pode pensar em fazer umtrabalho mais profundo. Assim o objectivo principal seria dartranquilidade à pessoa para assim se poder fazer um trabalho derelaxamento para que a pessoa comece de novo a deixar de ter medos epânicos das coisas e pessoas que existem à sua volta levando-a a sairdo seu autismo.Desta forma deveriam ser tentadas outras alternativas em complementocom as técnicas usadas para assim se poder fazer um trabalho maisglobal e abrangentes e dessa forma se tentar dar uma maior ajuda aestas pessoas o que seria benéfico não só para elas mas para toda a sua família.

"Hipnose e Regressão a Vidas Passadas"


A regressão, hoje em dia muito em uso, pretende localizar e eliminaras causas de fobias, traumas, psicoses, neuroses, hábitos,dificuldades emocionais, etc. ou ajudar a controlar o stress enumerosas outras condições.Frequentemente faz-se uso da hipnose para levar a pessoa às causas detais problemas ou situações e dessa forma a ajudar a ultrapassar evencer o seu bloqueio ou problema.Desta forma pretende-se alcançar um equilíbrio entre o mundo interiore o exterior levando a pessoa a um estado de maior capacidade de gerire de lidar com a sua vida.No entanto convém salientar que existem muitos outros métodos deregressão para além da hipnose e todos eles também igualmente válidosdesde que feitos por profissionais competentes.Da mesma forma existem muitas e variadas causas para os problemas enem sempre a hipnose é o melhor meio de as localizar e eliminar,existindo hoje em dia muitas técnicas e terapias pois torna-senecessário identificar correctamente qual ou quais as causas para quese possam aplicar as melhores soluções.Em termos de regressão e de trabalhar a mente hoje existem muitosmétodos e técnicas para além da hipnose.Para além destes métodos existem também aqueles que trabalham asmemórias dos tecidos ou seja as memórias somáticas. Hoje sabe-se quenão basta libertar apenas a mente dos seus problemas mas que temostambém de libertar os tecidos das suas memórias para que se consigamatingir bons resultados.Hoje é um ponto assente que as células registam os traumatismos pelosquais elas passaram e que essa é uma das razão das células muitasvezes disfuncionarem ou de afectarem a pessoa quer a nível físico,mental ou emocional.As terapias que trabalham as memórias dos tecidos (ou as memóriassomáticas) são terapias somato emocionais uma vez que visam libertar ocorpo das emoções que ficaram retidas aquando de acidentes, quedas,traumatismos, violações, stress e outras situações que envolveram ocorpo e a mente.Hoje sabe-se que enquanto as memórias somáticas não forem libertadas,a pessoa não consegue ultrapassar muitos dos seus problemas.Da mesma forma, para ultrapassar problemas que muitas das vezes teimamem não se libertar na totalidade aquando da aplicação de terapias queapenas se dirigem há mente, há que fazer uso de outras técnicas eterapias, sobretudo daquelas que trabalham as memórias celulares.Seja qual for a terapia ou técnica usada, ela visa sempre a libertaçãodo problema ou ajudar a pessoa a lidar melhor com ele e para isso háque usar a terapia que mais se adapte à pessoa e ao seu problema.A regressão é uma situação que acontece em qualquer destas terapias,quer na hipnose ou noutra que se dirija à mente quer nas terapias quese dirigem ao corpo.E a regressão tanto se pode ficar por esta vida como eventualmente iraté vidas passadas.Algumas das pessoas vêem as regressões como uma possibilidade parairem a vidas passadas e dessa forma encontrarem respostas para a suacuriosidade ou para os seus males. Infelizmente isso nem sempre épossível e nem sempre isso é o aconselhável. Quando se faz um trabalhosério, o terapeuta leva a pessoa a resolver ou a lidar com o problemaem causa e cinge-se apenas a isso.Qualquer bom terapeuta não promete nem pode prometer a ida a vidaspassadas pois está mais interessado em que a pessoa se sinta bem e quefuncione bem quer física quer mentalmente.O interesse de todo o terapeuta é que a pessoa se sinta bem e paraisso existem muitas técnicas e terapias que o conseguem.

"VIAGENS A MUNDOS PARALELOS"


Viagens a Mundos Paralelos

A teoria do hiperespaço reabriu a questão da possibilidade do seu uso para viagens através do espaço e tempo.
Para entender essa idéia, imagine uma corrida de minúsculos platelmintos que vivem na superfície de unia grande maçã. É óbvio para esses vermes que seu mundo, que eles chamam de Maçalândia, é plano e bidimensional.
No entanto, um verme, chamado Colombo, é obcecado com a idéia de que Maçalândia é de alguma maneira fini-ta e curva em algo que ele chama de terceira dimensão. Seus amigos, porém, o chamam de idiota por acreditar que Maçalândia poderia ser curva em alguma dimensão invisível que ninguém podia ver ou sentir. Um dia, Colombo inicia uma longa e árdua viagem e desaparece no horizonte. Ele acaba por retornar ao seu ponto de partida, provando que o mundo é, na verdade, curvo na invisível tercei-ra dimensão. Embora exausto de suas jornadas, Colombo descobre que há ainda uma outra maneira de viajar entre dois pontos distantes da maçã. Escavando a maçã, ele consegue abrir um túnel, criando um conveniente atalho para terras distantes. Esses túneis, que reduzem consideravelmen-te o tempo e o desconforto de uma longa viagem, são por ele chamados de buracos de minhocas. Eles demonstram que o caminho mais curto entre dois pontos não é necessariamente uma linha direta, como lhe fora ensi-nado, mas um buraco de minhoca. Um estranho efeito descoberto por Colombo é que, quando entra num desses túneis e sai pela outra extremidade, ele se encontra de volta ao passado. Ao que parece, esses bura-cos de minhoca ligam parte da maçã em que o tempo avança em marchas diferentes. Alguns dos vermes chegam a afirmar que, com esses buracos de minhoca, seria viável construir uma máquina do tempo.
Mais tarde, Colombo faz uma descoberta ainda mais importante - sua Maçalândia não é de fato o único mundo do universo. Não passa de uma maçã num grande pomar de maçãs. Sua maçã, ele descobre, coexiste com centenas de outras, algumas com vermes como eles próprios, outras sem. Sob determinadas e raras circunstâncias, ele conjetura, pode ser possível até viajar entre diferentes maçãs no Pomar.
Nós, seres humanos, somos como os Platelmintos. O senso comum nos diz que nosso mundo, como a maçã deles, é plano e tridimensional. Não importa onde cheguemos com nossas espaçonaves, o universo parece plano. No entanto, o fato de que nosso universo é curvo numa dimensão invisível além de nossa compreensão espacial foi experimentalmente comprovado por vários experimentos rigorosos. Esses experimentos, realizados com a trajetória de feixes de luz, mostram que a luz das estrelas é curvada ao se mover através do universo.
Universos Multiplamente Conectados
Quando acordamos de manhã e abrimos a janela, esperamos ver o jardim da frente. Não esperamos deparar com as altíssimas pirâmides do Egito. Sem sequer pensar a respeito, supomos que podemos abrir janelas ou portas tranqüilamente sem entrar em pânico. Agimos com base numa idéia preconcebida profundamente arraigada de que nosso mundo é conectado de maneira simples, de que nossas janelas e portas não são acessos para buracos de minhoca que ligam nossa casa a um universo distante. (No espaço comum, um laço de corda pode sempre ser reduzido a um ponto. Quando isso é possível, o espaço é dito simplesmente conectado. No entanto, se o laço for posto em tomo da entrada do buraco de minhoca, ele não pode ser reduzido a um ponto. O laço, na verdade, entra no buraco de minhoca, Esses espaços, onde os laços não são contráteis, são chamados multiplamente conectados.)
Desde a época de Georg Bernhard Riemann, matemáticos vêm estudando as propriedades de espaços multiplamente conectados em que diferentes regiões do espaço e tempo são emendadas. E físicos, que outrora pensavam que isso era um mero exercício intelectual, estão agora estudando seriamente mundos multiplamente conectados como um modelo prático do nosso universo. Esses modelos são o análogo científico do espelho de Alice. Quando o Coelho Branco de Lewis Carrol despenca pelo buraco de coelho para entrar no Pais das Maravilhas, ele na verdade cal em um buraco de minhoca.

Viagem no Tempo e Universos Bebês
Embora os buracos de minhoca forneçam uma fascinante área de pesquisa, talvez a questão mais intrigante a emergir dessa discussão do hiperespaço seja a da viagem no tempo. No filme De Volta Para o Futuro, Michael J. Fox viaja para trás no tempo e encontra seus pais como adolescentes.
Tradicionalmente, os cientistas tiveram em baixa conta quem quer que levantasse essa questão. A causalidade (a noção de que todo efeito é precedido, não seguido, por uma causa) mora num relicário profundamente encravado nos fundamentos da ciência moderna. No entanto, na fisica dos buracos de minhoca, efeitos "acausais" se manifestam repetidamente. De fato, temos de adotar sólidos pressupostos para impedir que uma viagem no tempo aconteça. O principal problema é que os buracos de iminhoca podem conectar não só dois pontos distantes no espaço como também o futuro com o passado.
Em 1988, o físico Kip Thorne, do California Institute of Teclinology, e seus colaboradores fizeram a assombrosa (e arriscada) afirmação de que, na verdade, a viagem no tempo é não somente possível como provável sob certas condições. Eles publicaram sua asserção na prestigiosa Physical Revíew Letters. Isso marcou a primeira vez em que físicos renomados vieram fazer uma afirmação cientificamente fundamentada sobre a mudança do curso do próprio tempo. Sua declaração teve por base a observação simples de que um buraco de minhoca conecta duas regiões que existem em diferentes períodos de tempo. Assim, o buraco de minhoca pode ligar o presente ao passado. Uma vez que a viagem através do buraco de minhoca é quase instantânea, seria possível usar o buraco de minhoca para recuar no tempo. No entanto, um buraco de minhoca só poderia ser criado com o uso das vastas quantidades de energia, superiores ao que será tecnicamente possível nos próximos séculos.

Místicos e hiperespaço
Alguns desses conceitos não são novos. Há muitos séculos, místicos e filósofos vêm especulando acerca da existência de outros universos e túneis entre eles. Há muito vêm se sentindo fascinados pela possível existência de outros mundos, não detectáveis pela visão ou pela audição, e no entanto coexistindo com nosso universo. Viram-se intrigados pela possibilidade de que esses mundos inexplorados, inferiores, pudessem mesmo estar tentadoramente próximos, de fato nos cercando e nos permeando para onde quer que nos movêssemos, e no entanto logo além de nosso alcance físico e desconcertando nossos sentidos. Esse palavrório, contudo, era em última análise inútil porque não havia nenhum meio prático para se expressar matematicamente essas idéias e finalmente testá-las.
Passagens entre nosso universo e outras dimensões são também um artifício muito apreciado. Escritores de ficção científica consideram um maior número de dimensões uma ferramenta indispensável, usando-a como meio para viagens interestelares.
A existência desses indefiníveis mundos paralelos produziu também interminável especulação religiosa ao longo de séculos. Espiritualistas indagaram se as almas dos entes queridos eram transportadas para uma outra dimensão. O filósofo britânico do século XVII Henry More sustentou que fantasmas e espíritos realmente existiam e afirmou que eles habitavam a quarta dimensão.
O interesse por dimensões adicionais atingiu o ápice entre 1870 e 1920, quando a "quarta dimensão" (uma dimensão espacial, diferente do que conhecemos como a quarta dimensão temporal) conquistou a imaginação popular e foi gradualmente contaminando todos os ramos das artes e das ciências, tornando-se uma metáfora para o estranho e o misterioso.
De maneira semelhante, os matemáticos se mostram há muito intrigados por formas alternativas e bizarras de lógica e geometrias que desafiam toda convenção do bom senso. Por exemplo, o matemático Charles L. Dodgson, que lecionava na Universidade de Oxford, deleitou gerações de crianças escrevendo livros - com o pseudônimo de Lewis Carroll - que incorporam essas estranhas idéias matemáticas. Quando Alice cai num buraco de coelho ou atravessa o espelho, ela entra no País das Maravilhas, um estranho lugar onde gatos “cheshire” desaparecem (deixando apenas seu sorriso), cogumelos mágicos transformam crianças em gigantes, e o Chapeleiro Louco celebra "desaniversários". De certo modo, o espelho conecta o mundo de Alice com uma terra estranha onde todo mundo fala por meio de enigmas e o bom senso não é lá tão bom.
Parte da inspiração das idéias de Lewis Carroll veio provavelmente do grande matemático alemão do século IXX Georg Bernhard Riemann, que foi o primeiro a estabelecer os fundamentos matemáticos das geometrias no espaço com maior número de dimensões. Riemann mudou o curso da matemática para o século que se seguiu, demonstrando que esses universos, por mais estranhos que possam parecer ao leigo, são completamente coerentes e obedecem à sua própria lógica interna. Para visualizar algumas dessas idéias, pense em empilhar muitas folhas de papel, uma sobre a outra. Agora imagine que cada folha representa todo um mundo e que cada mundo obedece às suas próprias leis, diferentes daquelas de todos os outros. Nosso universo, portanto, não estaria sozinho, mas seria um de muitos mundos paralelos possíveis. Seres inteligentes poderiam habitar alguns desses planetas, ignorando por completo a existência dos outros.
Normalmente a vida em cada um desses planos paralelos prossegue independentemente do que se passa nos outros. Em raras ocasiões, no entanto, os planos podem se cruzar e, por um breve momento, rasgar o próprio tecido do espaço, o que abre um buraco - passagem - entre esses dois universos. Como o buraco de minhoca que aparece em jornada nas Estrelas. Espaço Profundo Nove, essas passagens tornam possível a viagem entre esses mundos, como uma ponte cósmica que ligasse dois universos diferentes ou dois pontos do mesmo universo.
Contudo, sem nenhuma confirmação experimental ou motivação física imperativa, essas teorias de mundos paralelos definharam como ramo da ciência. Ao longo de dois milênios, cientistas se detiveram ocasionalmente na idéia de dimensões adicionais, somente para descartá-la como não passível de teste e portanto tola. Embora fosse matematicamente intrigante, a teoria de geometrias mais elevadas de Riemann foi posta de lado como brilhante mas inútil.
Estudando o trabalho desses primeiros místicos, vemos também mais claramente o que faltava às suas investigações. Vemos que suas especulações careciam de dois importantes conceitos: um princípio físico e um princípio matemático. Da perspectiva da física contemporânea, compreendemos hoje que o princípio físico que falta é o de que o hiperespaço simplifica as leis da natureza, fornecendo a possibilidade da unificação de todas as forças da natureza por argumentos puramente geométricos. O princípio matemático que falta é a chamada teoria de campo, que é a linguagem matemática universal da fisica teórica.
Artigo recolhido na Revista Planeta
Dra:Suzette D'amico.
Psicanalista Clinica.
Manager Coaching emotional.